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A população tem papel fundamental no processo de recuperação dos igarapés de Manaus, por meio da adesão ao serviço de esgoto.

O mês em que se comemora o Dia Mundial da Água chama atenção para a importância deste recurso natural essencial para vida no planeta. Celebrada no último dia 22 de março, a data acende o alerta sobre como estamos cuidando deste bem tão precioso desde a captação nos mananciais à chegada no líquido nas residências e a devolução para o meio ambiente, em condições adequadas, por meio do tratamento de esgoto.

De acordo com estudo do Instituto Trata Brasil, 44% dos brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto. Ainda segundo o estudo, o percentual de esgoto não tratado representa 5,5 mil piscinas olímpicas despejadas diariamente na natureza. Para a presidente executiva do instituto, Luana Siewert Pretto, a ampliação dos serviços de coleta e tratamento de esgoto é peça-chave para melhoria da qualidade do meio ambiente.

A previsão é que sejam construídas mais de 70 Estações de Tratamento de Esgoto na cidade

“A coleta e tratamento de esgoto é muito importante para o processo de preservação do meio ambiente. Quando a gente fala em coletar o esgoto e tratar, devolvendo este efluente tratado para os nossos rios dentro dos padrões exigidos pelos órgãos ambientais, a gente está evitando o lançamento um uma carga poluidora que muitas vezes deteriora as condições ambientais do rio, prejudicando tanto o meio ambiente, toda fauna e flora que reside naquela bacia hidrográfica. A coleta e tratamento auxiliam neste processo de regeneração da natureza, nesse processo de autodepuração, fazendo com que haja uma maior preservação do meio ambiente e consequentemente com a melhoria da qualidade de vida da população”, destaca 

Hoje, Manaus recebe obras de infraestrutura que irão ampliar a rede de esgoto. Com isto, o esgoto produzido nas residências será transportado para uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). A cobertura do serviço já se aproxima de 30% da cidade. Contudo, a participação das pessoas, por meio da adesão ao sistema é de extrema importância, uma vez que somente a partir da conexão é possível ter o sistema em pleno funcionamento.

Até 2033 o serviço de coleta e tratamento de esgoto estará universalizado na capital amazonense

Para o professor doutor Sergio Duvoisin Junior, líder do Grupo de Pesquisa “Química Aplicada à Tecnologia” – GP – QAT, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a conscientização da população é primordial para o processo de recuperação e preservação dos igarapés e rios.

“Conscientizar a população de que cada pessoa tem uma participação efetiva na qualidade do corpo hídrico é fundamental. A palavra é conscientização. As pessoas têm que perceber que os seus atos é que causam a degradação do corpo hídrico e isso vai desde o descarte correto do lixo até os costumes diários como uso de detergente em excesso ao lavar louça ou o uso consciente da água. A concessionária tem papel fundamental para minimizar/mitigar os efeitos da poluição causada pela população que se instala numa região como Manaus. A partir do momento que todos começam a ver que fazem parte do problema, começam a mudar as atitudes e isso reflete diretamente na melhoria da qualidade de vida de todo mundo”, enfatiza o professor.

Trata Bem Manaus

Dentro do contexto de ampliação do serviço de esgotamento sanitário, Manaus se destaca com um plano de universalização deste serviço em um curto espaço de tempo: o Trata Bem Manaus. Por meio dele, a capital amazonense irá receber investimentos que serão revestidos na construção de redes coletoras e Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs).

Chegada do esgoto para passar por tratamento

Manaus é cortada por igarapés. Desta forma, os benefícios que chegam com a estrutura de esgotamento sanitário refletem diretamente, tanto na preservação, como na revitalização destes meios hídricos. Hoje, mais de 600 mil pessoas têm acesso à estrutura.

“Tão importante como cuidar dos mananciais, é garantir que o retorno desta água não agrida o meio ambiente. E que temos de contribuir com estas melhorias é através da ampliação do sistema de esgotamento sanitário. Por isso, é tão importante avançarmos neste quesito e termos a adesão dos moradores”, frisa o diretor-presidente da Águas de Manaus, Diego Dal Magro.

Saída do efluente tratado

Para os próximos anos a concessionária prevê construção de mais de 70 ETEs. O funcionamento destas estações irá impactar diretamente na melhoria da qualidade de vida nos principais igarapés que cortam Manaus, como Igarapé do Quarenta, Mindu, Cachoeira Grande, Tarumã, dos Passarinhos, Goiabinha, do Gigante, do Bindá e dos Franceses.

“O saneamento é construído com estrutura, mas principalmente, com a consciência da população tanto com relação à adesão, como em relação ao é lançado na rede de esgoto. Temos um recurso precioso que precisa ser cuidado. A água é um bem finito e cuidar dela é um dever de nós, enquanto concessionária de saneamento, e da população, que tem contato direto com os meios hídricos”, ressalta Dal Magro.

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