Comitiva do Instituto de Tecnologia de Massachusetts conhece soluções de saneamento básico para a Amazônia

Postado por Camila Henriques em 14/jul/2025 - Sem Comentários

Grupo visitou comunidades atendidas pela Águas de Manaus e participou de painéis de discussão na capital amazonense.

Uma comitiva do Massachusetts Institute of Technology (MIT) esteve em Manaus para uma série de discussões sobre os desafios de levar saneamento básico às cidades da Amazônia brasileira. O grupo conheceu locais que receberam obras de implantação de redes de água e esgoto na capital amazonense e participou de um workshop com debates sobre as ações para expansão dos serviços de saneamento no Norte do país. 

A programação iniciou com uma conversa sobre as soluções para a universalização do saneamento básico em um contexto de intensa expansão demográfica em áreas de vulnerabilidade social. Participaram da mesa o diretor-presidente da Águas de Manaus, Pedro Augusto Freitas, o presidente do Instituto Aegea, Edison Carlos, a professora de Planejamento Urbano do MIT, Gabriella Carolini, o diretor-presidente da Ageman, Elson Ferreira, e o controlador-geral da Prefeitura de Manaus, Alessandro Moreira. 

Edison Carlos lembrou a visita recente de uma comitiva da Universidade de Columbia, de Nova York, ao falar da importância do intercâmbio de informações com centros de pesquisa de outros países. “Essas universidades nos procuraram, e isso  mostra o reconhecimento ao trabalho que é feito em Manaus, sobretudo com as comunidades vulneráveis. A gente precisa lembrar que metade do planeta não tem saneamento básico, então a experiência que a gente vem desenvolvendo aqui pode servir de modelo para grande parte do mundo que ainda não tem essa infraestrutura tão importante”, apontou o presidente do Instituto Aegea.

O grupo também fez visitas de campo para conhecer as inovações técnicas e sociais encontradas para expandir o acesso aos serviços de saneamento básico nesses locais. Os pesquisadores tiveram a oportunidade de ver de perto o trabalho feito no Beco Nonato, comunidade de palafitas no bairro da Cachoeirinha que se tornou a primeira a ter redes de água e de esgoto. Eles também foram à comunidade Terra da Fé, que também passou a ter acesso ao abastecimento de água tratada. O grupo também conheceu as estruturas de captação de água na Ponta do Ismael (PDI) e Ponta das Lajes (PDL), que abastecem aproximadamente 95% da cidade.

“Fiquei impressionada com o planejamento da Águas de Manaus para levar saneamento à população da cidade. Dá para ligar os desafios que vemos no planejamento urbano com as soluções que a empresa tem encontrado para a cidade, com o olhar na preservação ambiental. Tivemos discussões muito importantes sobre a destinação dos resíduos que produzimos, como valorizamos a água e sobre essa necessidade de reconhecer a importância de sistemas de esgoto que sejam funcionais e sustentáveis, e como isso possibilita muito mais em uma cidade”, reforçou a professora do departamento de Estudos e Planejamento Urbano do MIT, Gabriella Carolini. 

A comitiva participou, ainda, de uma série de painéis que debateram os esforços e desafios para a universalização do saneamento básico nos diferentes contextos das cidades da Amazônia. O diretor-presidente da Águas de Manaus, Pedro Augusto Freitas, apresentou o trabalho feito em comunidades vulneráveis como o Beco Nonato e a Terra da Fé, não apenas com a implantação de sistemas de saneamento, como também com a dignidade proporcionada pela chegada dos serviços da concessionária. Os programas Tarifa Manauara (que estabelece desconto de 50% nas contas de água e esgoto) e Tarifa 10 (que fixa em R$ 10 o valor pelos serviços) também foram abordados pelo painel. Hoje, mais de 130 mil famílias são beneficiadas pelos dois programas.

O gestor também destacou o panorama do esgotamento sanitário na cidade a partir do programa Trata Bem Manaus, que traça um plano para a universalização dos serviços de coleta e tratamento de esgoto na capital amazonense em menos de dez anos.

“Fazer saneamento na Amazônia traz para nós uma série de desafios e compartilhar as experiências é essencial para a gente conseguir avançar na universalização que é tão buscada por todos nós em toda a região Norte do Brasil. A gente tem também participando do debate com colegas nossos de outros países, o bioma Amazônico, como Peru, como Colômbia, e esse intercâmbio de informações, essa troca de ideias é muito importante para que daqui a gente saia com boas práticas que possam ser implementadas aqui em Manaus, na nossa futura operação da Águas do Pará e em toda a região Norte do Brasil”, destacou Freitas.

Aegea apresenta ações de impacto social em Manaus à comitiva do Prêmio FGV

Postado por Camila Henriques em 10/jun/2025 - Sem Comentários

Jurados conheceram unidades da Águas de Manaus e região de palafitas com acesso ao saneamento na cidade

O trabalho desenvolvido pela Aegea em Manaus para promover o acesso ao saneamento básico em comunidades vulneráveis foi tema de visita da comitiva do Prêmio FGV de Responsabilidade Social. Na última semana, as soluções que levaram, pela primeira vez, redes de água e esgoto a uma comunidade de palafitas, foram apresentadas aos jurados da premiação, que reconhece iniciativas voltadas à melhoria da qualidade de vida de pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Participaram da visita os ministros André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), e Antônio Carlos Ferreira, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), além do bispo Abner Ferreira, da modelo e ativista Luiza Brunet, e de conselheiros da Fundação Getúlio Vargas (FGV), organizadora do prêmio.

“Ficamos felizes com o interesse da FGV em entender todo o trabalho feito em Manaus desde 2018, quando iniciamos a operação da Águas de Manaus. O que desenvolvemos aqui é parte do ideal da Aegea, de entender as características de cada região onde opera. Levar saneamento básico é pensar também no futuro do bioma amazônico, é investir em soluções que contribuam para a recuperação dos corpos hídricos da maior cidade da região Norte”, afirmou o vice-presidente regional da Aegea, Renato Medicis.

A comitiva conheceu o Beco Nonato, comunidade de palafitas na Zona Sul de Manaus, primeira beneficiada pelo programa Vem Com a Gente, iniciativa de relacionamento da concessionária que regularizou o abastecimento de água no local. As soluções aplicadas ali viraram modelo para outras áreas da capital amazonense e no Rio de Janeiro (RJ), onde a Aegea também atua.

O trabalho no Beco Nonato foi reconhecido com o Prêmio Cases de Sucesso em Água e Saneamento, concedido pelo Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2023, mais de 900 moradores da região passaram também a ter acesso à coleta de esgoto, por meio de um projeto com redes adaptadas às particularidades de cada residência. Assim como o modelo de abastecimento de água, essa solução também foi levada a outras áreas da cidade.

“A mensagem é de integração entre saneamento, sonhos e mudanças de vida. A minha palavra para a sociedade em geral é que ela participe dessa transformação, use adequadamente a água, dê o tratamento devido ao esgoto, daquilo que você está usando dentro de casa, que você não vai mais usar, para que a sociedade como um todo ganhe”, destacou o ministro do STF, André Mendonça. 

Após a visita ao Beco Nonato, a comitiva seguiu para o Complexo de Produção da Ponta do Ismael (PDI), responsável pelo abastecimento de 70% da capital. No local, acompanharam o processo de captação de mais de 700 milhões litros diários de água do Rio Negro e seu tratamento até a distribuição para a população.

“A qualidade do serviço prestado, a preocupação com a melhoria da qualidade de vida da população de Manaus já é reconhecida pelo país. Agora, ver de perto a qualidade, o volume do empreendimento, a grandeza, a grandiosidade desse empreendimento, realmente impressiona. Eu saio daqui com muita confiança no futuro, de saber que as novas gerações têm esse compromisso com o país, em construir um país melhor para todos”, destaca o ministro do STJ, Antônio Carlos Ferreira.

Os participantes também conheceram o Centro de Controle Operacional (CCO) da concessionária e se reuniram com lideranças comunitárias e colaboradores da companhia. O encontro foi marcado por relatos sobre a dignidade proporcionada pelo acesso ao saneamento básico, além da importância de iniciativas como as Tarifas Sociais vigentes na cidade, a Tarifa Manauara, que concede 50% de desconto no valor das contas, e a Tarifa 10, que fixou em R$ 10 o valor da conta para a parcela mais vulnerável da população. Atualmente, mais de 130 mil famílias da capital são protegidas pelas Tarifas Sociais. 

“Toda pessoa que tem voz pode ser um agente transformador, levando uma fala orgânica e sensível para a população. É um orgulho saber que uma empresa como a Águas de Manaus muda vidas. O acesso ao saneamento básico representa conforto e uma estrutura digna de um lar que todos merecem”, destacou Luiza Brunet.

Transformação: Projeto piloto vai garantir que palafitas na zona Sul de Manaus tenham esgoto tratado

Postado por [email protected] em 07/nov/2022 - Sem Comentários

Aproximadamente 900 pessoas estão sendo beneficiadas com instalação de rede de esgoto sanitário na Cachoeirinha.

 

Um projeto inédito, que está sendo implantado em Manaus, vai garantir que moradores de palafitas da cidade sejam conectados à rede de esgotamento sanitário pela primeira vez. A ação vai permitir que todos os efluentes de uma região vulnerável cheguem até uma estação e recebam o tratamento adequado, evitando que o esgoto seja despejado diretamente na natureza, colaborando assim, para a recuperação ambiental da região.

Há dois meses, a concessionária Águas de Manaus trabalha em obras de instalação de rede de esgoto no Beco Nonato, localizado no bairro da Cachoeirinha, zona Sul da capital amazonense. A estimativa é que mais de 900 pessoas sejam beneficiadas com a chegada do serviço de esgotamento sanitário na região.

A estrutura que está sendo implantada no Beco Nonato consiste em aproximadamente 350 metros de tubulações de rede coletora, além da construção de uma elevatória compacta (equipamento que tem a função de bombear o esgoto). Toda estrutura de interligação interna das palafitas também está sendo realizada pela concessionária. A previsão é que o sistema de esgoto esteja operando no local no primeiro semestre de 2023. Todos os efluentes coletados no Beco Nonato vão percorrer cerca de três quilômetros de tubulações, até chegarem na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Educandos, onde passará por todos os processos de tratamento e desinfecção, antes de ser devolvido para o rio Negro.

Além da construção da infraestrutura, as equipes da Águas de Manaus estão realizando um trabalho de conscientização junto aos moradores do beco Nonato, além de adaptar as ligações internas de cada residência. O objetivo é que todos conheçam os benefícios da chegada do serviço ao local e como ele pode transformar a realidade da área.

“É um projeto piloto que estamos executando em Manaus. Nos últimos anos, desenvolvemos algumas tecnologias e soluções que garantiram a chegada da água tratada em diversas regiões vulneráveis da cidade. Nos tornamos referência nisso para o Brasil. E agora, queremos iniciar um novo passo, trabalhando também com o esgotamento sanitário”, destaca o diretor-presidente da concessionária, Diego Dal Magro.

Melhorias

Os residentes do beco Nonato já estão incluídos na Tarifa Manauara, benefício que concede 50% de desconto nas faturas de água e de esgoto.  Moradora do beco há 40 anos, a aposentada Maria Yvone da Silva Oliveira, de 67, acredita que a instalação da rede de saneamento no local vai ter efeito positivo, assim como foi com a água, há três anos, quando a concessionária fez a substituição das ligações irregulares, quase sempre submersas nos igarapés, por redes aéreas que facilitaram os trabalhos de manutenção e a identificação de vazamentos.

“A encanação de água antiga aterrou na lama com o tempo. Um dia, o meu cano quebrou, aí meu marido precisou cavar para ver se achava. Isso dá uma ideia do quanto era difícil ter acesso à água. Hoje não bebemos mais água com um cano metido na lama, e, em relação ao esgoto, também vai ser bom. A gente precisa lidar com o mau cheiro, com as doenças, o acúmulo de lixo… Meus netos todos já caíram nesse igarapé, imagina o perigo”, disse a idosa.

A implantação das redes coletoras deve ser finalizada em dezembro. A partir daí, os serviços devem se concentrar na instalação da elevatória do Beco Nonato e na interligação de cada residências à rede. “É uma área de complexidade operacional. Os tubos não estão enterrados, e é uma metodologia completamente diferente de coleta de esgoto de uma área urbanizada. A gente teve que entender a particularidade de cada uma das 180 residências para conseguir fazer a coleta”, descreve o gerente de serviços da concessionária, Felipe Poli Romero.

Histórico

A área do Beco Nonato foi escolhida para receber a rede de esgotamento por ser uma região simbólica para a empresa. Foi por lá também que, em 2018, a Águas de Manaus iniciou o trabalho de implantação de redes de água em áreas vulneráveis, serviço que eliminou ligações irregulares e melhorou a qualidade de vida nestas regiões.

Por meio de programas de relacionamento como o “Vem com a Gente”, a empresa conseguiu implantar mais de 150 mil metros de rede de água em locais que não contavam com o serviço regular, beneficiando mais de 130 mil pessoas que passaram a receber pela primeira vez água potável, certificada por mais de 300 mil testes de qualidade por ano. Esse trabalho rendeu à Águas de Manaus o Prêmio Cases de Sucesso em Água e Saneamento 2019, Pacto Global das Nações Unidas, uma plataforma da ONU voltada para empresas alinharem suas estratégias à sustentabilidade.

“Quando levamos a água, reduzimos em 35% a quantidade de doenças hidro veiculadas. Com o esgotamento sanitário, a nossa expectativa é reduzir ainda mais os gastos com saúde pública. Vale lembrar que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), para cada R$ 1 investido em saneamento e tratamento de água, R$ 4 são economizados em despesas com saúde. Já observamos esta melhoria com a chegada da água regular e agora iremos comprovar com a instalação e conexão dos moradores à rede de esgotamento sanitário”, ressaltou, o gerente de Responsabilidade Social da Águas de Manaus, Semy Ferraz.